
As coisas dentro dos muros escolares estão
mudando (para pior). Infelizmente ser professor hoje é correr riscos. Não se
tem mais o respeito da sociedade. As leis existem para beneficiar somente os
alunos e eles sabem disso...
As escolas estão adoecendo, com professores
desestimulados em salas repletas de alunos que simplesmente não querem
aprender.
O professor está com medo de usar a sua
autoridade, pois o aluno tem em seu benefício a lei. São ameaçados e coagidos o
tempo todo com palavrões e mensagens sublimadas que fazem tremer a qualquer
pessoa.
Não se pode cobrar o uniforme, retirar o
celular, coibir as conversas, exigir as tarefas. Se os professores agirem desta
forma, estarão respondendo processo administrativo - muitos deles chegando ao
ministério público.
Quando se chamam os pais e estes vêm até a
escola, costumam proteger os filhos e achar justificativas para seu
comportamento. Se estiverem separados, a culpa é do pai que não visita, é da
mãe que o abandonou, é do professor que está cobrando demais, é dos jogos
eletrônicos muito violentos, é das companhias erradas e por aí vai. Poderíamos
encher folhas e mais folhas de desculpas...
A cada nova pesquisa realizada vai-se atrás
dos motivos do aumento da violência nas escolas. Criam-se projetos para buscar
justificativas, metodologias, problematizações e fundamentação teórica que de
alguma forma tragam respostas para este momento caótico vivido na educação.
O que afinal está acontecendo? As famílias
mudaram, a sociedade mudou, as pessoas mudam, mas será que os valores devem
mudar também? Será que se não moro numa família constituída de pai, mãe, filhos
e cachorros vai mudar a verdadeira essência que vem de exemplos e atitudes e
não de palavras jogadas ao vento?
Até quando vamos tentar encontrar culpados
para ações que nós próprios desencadeamos? Desde quando trabalhar fora é motivo
para não dar atenção aos filhos? Desde quando uma criança de 6 anos exige dos
pais um celular, do contrário ameaça gritar e sapatear? O que as pessoas irão
dizer?
Aí vêm aqueles teóricos que estudam a
natureza humana dizer que temos que nos acostumar. Teóricos estes que não sabem
o que é uma sala de aula, não convivem com o dia-a-dia estressante de 40 horas
e, às vezes, 60 horas, lado a lado com jovens que acham que o céu é o limite.
O professor está adoecendo. Perde-se aquele
profissional que deveria mediar o conhecimento, apontar direções, ser referência
e um modelo vivo de dedicação e respeito. Este profissional está entrando em
extinção, infelizmente!
Leila Bambino