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15 de outubro - Dia do Professor

 


         Hoje, mais que em outros dias, alguns pensamentos insistem em mexer com minhas emoções. Por mais que eu tente não querer pensar, eles surgem com muita clareza. Momentos que vivi nestes quase 30 anos de docência, alunos que passaram por mim, situações que me levaram a fazer terapia, pois comecei a duvidar da minha capacidade de ser professora.

        Será que mudo de profissão? Será que vale a pena o esforço? Quantas vezes me questionei sobre isso. E a cada ano que passa, percebo que as perguntas não mudam e que ainda persisto em ser professora.

       Quando faço uma retrospectiva de tudo que vivi no âmbito escolar, vejo que todas as agruras vividas foram com alunos que não tinham uma referência familiar. Toda criança deve crescer em um ambiente de amor, segurança e compreensão. E quando isso não acontece, acabam apresentando dificuldades na escola.   

      Como professora, minha função é alertar os pais sobre o que está acontecendo. A partir daí começam as dificuldades, pois as famílias estão terceirizando a educação para as escolas, crentes de que os professores devem suprir a carência de seus filhos.

        Quando não fazemos isso, somos os culpados. Os responsáveis nos tratam de forma desrespeitosa e agressiva. As crianças continuam apresentando dificuldades e nada é feito por parte das pessoas que deveriam zelar pelo seu bem-estar.

       Confesso que esse tipo de situação é comum, muito mais comum que você leitor possa imaginar. Isso faz com que muitos professores se sintam incapazes de agir, pois simplesmente quem deveria agir não está preocupado. Dessa forma, muitos colegas professores adoecem. Imagine você, sabendo que no final da estrada existe uma ponte quebrada e está assistindo a uma corrida na qual os pilotos desconhecem o fato. Você sabe o que vai acontecer, mas nada pode fazer, uma vez que os pilotos não estão querendo te ouvir. Esse sentimento de incapacidade toma conta de muitos de nós e nos entristece.

        No dia dos professores, gostaria muito de fazer um apelo às famílias. Participem da vida escolar de seus filhos. Ouça o professor, encontrem saídas. Parem de querer culpabilizar alguém que está querendo apenas ajudar. Não tente justificar os erros de seus filhos, abra os olhos e os ouvidos. Parem de culpar o celular (foi você quem o deu para seu filho). Dê limites, sejam responsáveis, procurem ajuda.

     Quanto a nós professores, estaremos sempre semeando e colhendo nossos frutos, pois muitas crianças, jovens e famílias ainda acreditam em nós!

                                                                  Professora Leila Bambino

                                                                               leilabam@terra.com.br

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